Padre gay afirma o amor de Deus pelas pessoas transgênero, incluindo sua irmã

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06 Outubro 2021

 

As pessoas transgênero são amadas por Deus, e o desconforto de alguém por isso não lhe dá o direito de exclui-las de qualquer aspecto básico da dignidade humana, escreveu um padre gay em uma coluna do jornal Tennessean, dos EUA.

A reportagem é de Barbara Anne Kozee, publicada por New Ways Ministry, 05-10-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

O padre Steve Wolf compartilhou a história de sua irmã transgênero, Maddie, quem, segundo ele, “está mais feliz do que nunca” depois que abraçou sua identidade trans. Wolf escreveu no jornal:

“Eu ainda não encontrei alguma pessoa trans que me dê razão para temer qualquer coisa. E eu acredito que Deus nos convida para permanecer na defesa de qualquer filho de Deus que esteja sendo ridicularizado, inclusive isso significa acompanhar uma irmã que está em transição e ficar de guarda na porta do banheiro”.

Wolf também participou de reuniões da PFLAG em Nashville, onde conheceu outras pessoas trans e foi “abençoado por ouvir suas histórias e por reconhecê-las como amigas”. Esses encontros ensinaram Wolf a se inclinar e até a aceitar o desconforto:

“Às vezes encontramos pessoas cujas decisões em seguir sua consciência buscando discernimento sobre o que significa ser criado à imagem de Deus podem nos deixar desconfortáveis, mas nosso desconforto não significa automaticamente que precisamos nos sentir ameaçados ou com medo”.

“Qualquer desconforto nosso não nos dá o direito de excluir outro filho de Deus das atividades humanas básicas, como ir à Igreja, à escola ou ao banheiro”.

“Às vezes Deus nos convida a ver nosso desconforto como uma oportunidade de falar com o outro e ouvir a história do outro, talvez até para ser um amigo”.

Sabendo do impacto que a política local pode ter nas experiências das pessoas trans, Wolf dirige sua mensagem de amor e encontro especialmente para os legisladores do estado do Tennessee:

“Nosso governador e deputados estaduais parecem preocupados com os danos psicológicos, emocionais e físicos que sofrem alguns jovens tennessianos, mas sem preocupação com os danos psicológicos, emocionais e físicos dos jovens tennessianos que também são transexuais. Esses legisladores parecem não saber que os bons cidadãos do Tennessee não escolhem ser lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, cis ou heterossexuais; em vez disso, cada um deles é uma descoberta que cada ser humano faz”.

Especialmente no contexto das narrativas religiosas anti-LGBTQ que podem ser comuns em algumas áreas dos EUA, as palavras de Wolf são sagradas e até salvam vidas. Como alguém do sul dos EUA, eu sei o quão importante pode ser para as pessoas trans e queers do sul, especialmente os jovens, saber que eles merecem dignidade, respeito e amor. Eles merecem um lugar em nossa Igreja, se assim o desejarem. Wolf representa uma testemunha cristã das histórias e realidades vividas pelos entes queridos trans em sua vida, e mais padres devem seguir seu exemplo de aliado ativo e vocal com a comunidade trans.

 

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